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Fonte: g1 - Em Saúde - 10/09/2024 11:05:00 hrs
O país está coberto por fumaça. Na maior parte do Brasil, não se vê o céu azulado, pelo menos, desde o fim de semana. Isso é resultado de um índice de queimadas recorde, principalmente, na Amazônia. Segundo os meteorologistas, até o fim da semana a fuligem deve encobrir até mesmo as capitais da Argentina e do Uruguai.
Os especialistas apontam que a fumaça está vindo, principalmente, da região sul da Amazônia, que inclui os estados do Amazonas, Rondonia, Pará e Mato Grosso. Também há incêndios na chamada Amazônia Legal, parte boliviana da floresta, que registra o maior número de focos de queimadas em 19 anos.
No entanto, além disso há fogo também no interior de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Segundo a especialista em qualidade do ar e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Karla Longo, com a temporada de queimadas, que acontece no país todos os anos nesse período, a fumaça chega a uma extensão de quase 5 milhões de quilômetros quadrados. Isso é quase 60% de todo o território nacional.
A fuligem começou a se espalhar em agosto e, desde então, permanece na atmosfera, sendo arrastada pelos ventos. Desde o fim de semana, a quantidade de fumaça se intensificou e, nesta segunda-feira (9), o céu permanece acinzentado em quase todo o país.
Enquanto houver fogo, a fumaça vai continuar sobre o país. No entanto, com a onda de calor e sem a expectativa de novas frentes frias que possam arrastar a fuligem, ela deve continuar a encobrir o país, sem expectativa de desaparecer.
O pior cenário deve ser no Sul do país, entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Segundo os meteorologistas, a densa camada acinzentada ainda deve afetar não só o Brasil, mas os países vizinhos. Até o fim de semana, com as correntes de vento, a fumaça deve impactar as capitais do Uruguai e da Argentina.
E como essa fumaça viaja tantos quilômetros?
➡️ O primeiro ponto para entender o motivo disso estar acontecendo é compreender que a atmosfera, que é a camada de gases que envolve a Terra, é uma só. Ou seja, mesmo que um evento seja isolado, como o fogo na Amazônia, quando a fumaça sobe para a camada da atmosfera, ela pode ser transportada para qualquer lugar.
➡️ O segundo ponto são as correntes de vento. Há um fluxo natural que vem do oceano, entra no território brasileiro pelo nordeste, passa pela Amazônia ganhando umidade e segue para o sul do Brasil (veja abaixo).
No entanto, dessa vez, ao passar pela Amazônia, a corrente encontrou a fumaça e continuou seu ciclo, empurrando-a para o Sul do país, formando um “corredor de fumaça”.
Esses ventos continuam em fluxo para o restante do país, o que fez espalhar a fumaça, atingindo pelo menos dez estados brasileiros.
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